Concurso PC GO: envolvidos em fraudes são denunciados pelo MP

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Mais denúncias de fraude no concurso da Polícia Civil de Goiás serão investigadas pelo Ministério Público. O promotor de justiça Mozart Brum Silva ofereceu denúncia contra 26 envolvidos em fraude no concurso para o cargo de delegado da Polícia Civil do Estado de Goiás, pelos crimes de organização criminosa, fraude em certame de interesse público, corrupção ativa e corrupção passiva.

O concurso para delegado da PC-GO ofereceu 36 vagas e teve provas aplicadas no dia 12 de março. Marcadas por diversas irregularidades, as provas foram anuladas logo em seguida e o concurso suspenso e depois anulado a pedido do Ministério Público.

Segundo as investigações do MP, os integrantes da organização criminosa recrutavam candidatos interessados no concurso, negociando as vagas, que seriam obtidas através de fraudes, bem como também diplomas de graduação de nível superior, se necessário.

Entre os integrantes da quadrilha estava o funcionário da organizadora escolhida para a realização da seleção Cebraspe/Cespe, Ricardo Silva do Nascimento, que também é funcionário público federal e havia sido cedido para a Cebraspe.

Também com destaque na organização criminosa estava Weverson Vinícius da Silva, em razão de ser o principal contato com Ricardo do Nascimento, integrante-chave do grupo, já que exercia a função de chefia na seção de Supervisão de Organização de Material (SOM) do Cebraspe.

A aplicação das fraudes

As investigações apontaram que as fraudes e as aprovações ilegais ocorriam com o consentimento de Weverson Silva, que era um dos responsáveis por receber os malotes lacrados, contendo as folhas de resposta dos certames realizados pela instituição, de caráter sigiloso, bem como por transportá-los até a Supervisão de Digitalização e Conferência (SDC), local em que as digitalizava para posterior conferência com o gabarito, tarefa realizada pela Coordenação de Processamento de Dados (CPD).

Também foi apurado que Weverson Vinícius da Silva possuía contato com os outros integrantes da organização, especialmente com Hélio Garcia Ortiz, processado no Distrito Federal por delitos de fraudes em concursos públicos. Hélio era o responsável por entrar em contato com pessoas interessadas em ingressar na carreira pública.

O Ministério Público divulgou a lista dos membros da organização criminosa denunciados e também a lista dos candidatos beneficiados pela fraude e por qual crime eles irão responder. Veja a lista.

Exemplo de fraude e suposto envolvimento de prefeito

Entre os exemplos das fraudes que ocorreram no concurso PC-GO para delegado foi citado a cobrança de 250 mil pela aprovação no concurso de Bianca Soares de Oliveira, esposa do prefeito da cidade de Urutaí, no Estado de Goiás. Segundo as investigações, o prefeito teria se encontrado, no dia da prova, com um dos membros da organização criminosa para acertar os último detalhes da negociação.

O MP solicitou que seja remetida cópia integral da denúncia para a Procuradoria de Justiça Especializada em Crimes Praticados por Prefeitos, órgão do Ministério Público Estadual, tendo em vista que, em tese, há indícios de delito praticado pelo prefeito de Urutaí, Ailton Martins de Oliveira.

Fraude está na lista das investigadas pela "Operação Panoptes"

A fraude no concurso da Polícia Civil de Goiás está na lista das ilegalidades praticadas em concursos públicos investigadas pela "Operação Panoptes". A operação segue em sua terceira fase e já havia denunciado oito envolvidos em novembro.

O Ministério Público requereu ainda que sejam juntadas as cópias das denúncias ofertadas pela 1ª Promotoria de Justiça de Águas Claras (DF), referentes à “Operação Panoptes” e “Operação Panoptes 2”, pedindo o afastamento cautelar de Ricardo Nascimento do cargo público que ocupa na Universidade de Brasília (UNB).



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