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Diz o guru dos concursos, juiz federal William Douglas, que não se faz concurso para passar, mas até passar. Contudo, às vezes, não basta ser classificado, e a demora para concretizar o sonho aumenta muito. Prova disso é que, no Espírito Santo, 56 aprovados para investigador da Polícia Civil só foram nomeados após 23 anos de espera, após uma longa disputa judicial.
A briga foi parar no Judiciário porque houve um erro na soma dos pontos das duas fases do concurso, realizado em 1993, fazendo com que a classificação fosse alterada três vezes. As primeiras nomeações só aconteceram em 1998. Entre os beneficiados pela sentença, publicada mês passado, está o comerciante Gilberto Ewald, hoje com 62 anos, e que ficou animado com a nomeação. "Estou muito disposto. Creio que a nossa experiência irá ajudar. Era o meu sonho desde criança", disse.
A nomeação aconteceu na última segunda-feira, 2. Nesta terça, 3, os novos policiais receberam as boas-vindas em solenidade no auditório da Chefia de Polícia. Agora, o grupo precisa atualizar as técnicas aprendidas em 1993. Eles farão isso até esta sexta, 6, e de 9 a 13 deste mês, terão instrução de armamento.
O secretário de Segurança Pública, André Garcia, discorda da decisão judicial, mas reconhece que tem de ser cumprida, "infelizmente". Ele preferia um novo concurso, "face à realidade que vivemos hoje". Garcia observa que "a atividade policial é complexa e exige um
preparo muito específico.
Aos concurseiros, não basta estudar muito. É preciso, também, estarem munidos de muita paciência.
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