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Entre todos os desafios do prefeito Marcelo Crivella, a Saúde é certamente um dos principais. Área com graves problemas em todas as esferas, no município não poderia ser diferente.
Entre as promessas de sua campanha, o administrador disse que analisaria e fiscalizaria todos os contratos das Organizações Sociais (OSs), mas que não acabaria com elas de imediato.
Isto começará a ser feito em breve, já que foi publicado um decreto no Diário Oficial, encomendando um estudo técnico e uma auditoria sobre o critério de seleção dessas entidades.
Sindicatos da área da Saúde fazem reivindicações
"A saúde tem de passar por uma ampla reestruturação da sua gestão, inclusive na questão dos recursos humanos. Tem que ter um controle melhor de comparecimento dos médicos, qualidade no atendimento. Uma pessoa não pode demorar anos para fazer uma cirurgia ou um exame. Vamos ouvir a categoria, ouvir o Legislativo e estruturar um plano de cargos e salários justo, que atenda os profissionais de forma completa", disse, à época.
As OSs e também a Empresa Pública de Saúde do Rio de Janeiro (RioSaúde), contudo, não são bem vistas pelos sindicatos da área da Saúde, como os que representam as categorias de técnico de enfermagem, enfermeiro e médico. Na visão deles, a única maneira legal de ingresso de profissionais, e que resolveria problemas como alta rotatividade, é por meio de concursos para contratações via regime estatutário. Sobre esse assunto, Crivella é cauteloso e ainda não anunciou nada oficialmente.
Um Plano de Cargos que valorize o servidor da Saúde também é outra das principais pautas dos sindicalistas, que permita que os profissionais construam carreira na prefeitura. Leia, a seguir, as demandas dos sindicatos dos técnicos e auxiliares de enfermagem (Satemrj), enfermeiros (Sindenfrj) e dos médicos (Sinmed).
Técnico de enfermagem tem carência generalizada
Uma das categorias que reivindicam concurso para a área de Saúde da cidade do Rio de Janeiro é a dos técnicos e auxiliares de enfermagem. A necessidade de se reforçar os quadros destas funções já foi, inclusive, passada ao prefeito Marcelo Crivella, segundo informou a presidente do Sindicato dos Técnicos e Auxiliares de Enfermagem (Satemrj), Miriam Lopes. De acordo com ela, a carência de pessoal é grande em todos os hospitais da rede.
"As grandes emergências, como o Souza Aguiar, Salgado Filho, Miguel Couto, que são hospitais que recebem toda a demanda do Rio de Janeiro, são as mais afetadas pela carência de recursos humanos. Os pacientes não vão para lá somente para serem atendidos, muitos também ficam internados, dada a necessidade de um acompanhamento maior em alguns casos mais críticos", destacou Miriam Lopes, que não soube precisar o atual déficit de pessoal.
Segundo a presidente do sindicato, a necessidade de realização de novos concursos é urgente, e se configura em uma das pautas mais defendidas pelo sindicato. "O sindicato prima pelo funcionalismo público, 100% público. Com relação ao município, a necessidade de pessoal não é de agora, vem de muito tempo. No ano passado já passamos esse panorama para o Crivella, em uma reunião que tivemos no Souza Aguiar. Ele não está chegando desavisado; está ciente dessa situação", explicou.
Em relação à atuação das OSs, que administram boa parte dos hospitais municipais, Miriam Lopes teceu críticas principalmente às dificuldades que essas organizações apresentam em garantir os direitos dos trabalhadores.
"Nós não somos contra os trabalhadores contratados pelas OSs, mas contra elas, pois massacram o funcionário, não dando condições dignas para que exerçam seus trabalhos", disse Miriam Lopes. A necessidade de mais contratações é tanta que no último concurso para técnico de auxiliar, realizado em 2013, foram mais de 700 convocações, embora a quantidade de vagas iniciais tenha sido apenas 90.
"O prazo de validade do concurso de 2013 está para acabar este ano e já há necessidade de mais contratações. A categoria de técnico precisa ser reforçada em cada unidade, tanto as de grande emergência quanto as de unidade básica", afirmou a presidente do Satemrj.
Leia as reclamações de mais dois sindicatos
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