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O eventual novo Plano de Demissão Voluntária (PDV) do Banco do Brasil (BB), que, segundo fontes da empresa, resultaria na saída de 18 mil funcionários, repercutiu mal entre os sindicalistas, que são contra a medida. Coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB e integrante da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Wagner Nascimento, pediu, antes de qualquer crítica, que o banco se manifeste sobre os planos. Além disso, em se confirmando a saída dos 18 mil funcionários, Wagner alertou que o banco precisa fazer as reposições necessárias, abrindo concursos.
“Não é certo os funcionários saberem de demissões, corte de funções e reestruturações pela imprensa. Isto gera uma onda de incertezas e boatos que são rapidamente multiplicados e que, de fato, prejudicam as condições de trabalho pela insegurança às bancárias e bancários do BB de todo o país. Não repor vagas de aposentados sobrecarrega quem fica. O banco precisa ser oxigenado. Somos contra a esse enxugamento e contrários a qualquer PDV (Plano de Demissão Voluntária). Um plano de incentivo à aposentadoria precisa ser analisado. Muitos esperam esse incentivo para requerer o benefício”, avaliou.
A reportagem procurou o Banco do Brasil, pedindo esclarecimentos sobre o possível Plano de Aposentadoria Incentivada e questionando sobre a abertura de novos concursos. Contudo, até o momento, não obteve respostas. À Comissão de Valores Mobiliários (CMV), o banco negou um eventual Plano de Demissão Voluntária para cortar custos. Em resposta a um ofício da CVM, o BB diz que “avalia constantemente alternativas de melhoria de sua eficiência operacional”. A eventual saída de 18 mil funcionários seria muito prejudicial ao banco, na visão de Wagner Nascimento. Isso porque, segundo ele, dos 109.600 mil empregados do Banco do Brasil, 12 mil já tem condições se aposentar.
Para piorar, o BB não possui cadastro de reserva válido em 16 estados do país, incluindo o Rio de Janeiro, estando impedido de contratar, a não ser que abra novo concurso. A confirmação do Plano de Aposentadoria Incentivada, portanto, tornaria o concurso para escriturários do BB nessas localidades inevitável, caso o objetivo do banco não seja o de enxugar a máquina. Além dos boatos terem repercutido mal entre os sindicalistas, as declarações do presidente em exercício, Michel Temer, acerca do tema também não foram aceitas.
Em entrevista ao canal por assinatura Globo News, Temer disse que “o Banco do Brasil está pensando em cortar uma porção de funções, de cargos que lá existem, que são absolutamente desnecessários”. Para Wagner Nascimento, a fala de Temer é um ataque aos trabalhadores. “O ataque que Michel Temer faz aos funcionários do Banco do Brasil, apenas baseado nas especulações da imprensa, demonstra um desconhecimento de que o papel do BB se tornou mais relevante quando, de fato, seus funcionários foram mais valorizados, com o fim da política de reajustes zero e a recuperação de direitos. Cresceu o banco e cresceram os funcionários. O que vemos hoje nas milhares de agências e unidades do BB é justamente a necessidade de mais pessoas para atenderem melhor os clientes, que geram lucros bilionários.”
Hoje, o BB está em processo de reestruturação interna e extinguiu duas diretorias, de Crédito Imobiliário e de Relações com Funcionários, que foram transferidas para outras, totalizando 27. Além do Rio, o banco não tem mais cadastro de reserva nos estados do Amazonas, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Alagoas, Bahia, Goiás, Mato Grosso do Sul, Pará, Tocantins, além do Distrito Federal. Um concurso para os seis primeiros estados chegou a estar previsto, mas, por conta da crise, não aconteceu. O cargo de escriturário exige o nível médio completo e tem ganhos de R$3.952,03. O regime de contratação é o celetista.
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