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O Dr. Durval Neto, juiz federal chamado para negociar com o "homem-bomba" que criou a confusão na Unijorge, em Salvador, ocasionando a suspensão da prova na localidade, publicou um texto há pouco em seu facebook explicando em detalhes o que aconteceu no local,e dando um bom indício sobre a personalidade de Frank Oliveira da Costa, o bacharel responsável pelo incidente.
E, pelo vistyo, Frank Oliveira é um rapaz que precisa de ajuda psicológica, e seu comportament hoje provavelmente foi resultado de um "surto".
Confiram o depoimento:
Sobre o "homem-bomba" no exame de ordem de hoje na Unijorge, alguns esclarecimentos que podem ajudar a compreender que se trata de um rapaz muito doente.
Há cerca de duas semanas, eu estava no plantão judicial e esse cidadão esteve no prédio dos Juizados Federais, insistindo em falar com o juiz. Como já eram mais de 19h e ele se mostrava visivelmente agressivo, a segurança me contactou sobre como proceder. Como é de praxe no plantão, solicitei ao diretor de secretaria que descesse para verificar qual seria o pleito de urgência e desse recibo no pedido. Porém o rapaz não falava coisa com coisa, gritava muito, negou-se a entregar sua petição ao diretor e queria a todo custo falar pessoalmente comigo, tendo a segurança barrado o acesso. Liguei então para a portaria e pedi para garantirem a ele que eu iria ler o pedido e que se fosse realmente urgente, despacharia imediatamente no plantão. Quando recebi o expediente dele, vi um texto totalmente desconexo, questionando o exame de ordem e outros pontos que não consegui compreender, mas sem qualquer urgência, até porque o exame ainda seria dali a duas semanas. Diante disso, encaminhei à livre distribuição. Eu soube que o pedido dele está tramitando normalmente.
Eis que, na tarde de hoje, recebo um telefonema de um amigo ligado à polícia e que estava acompanhando uma situação de um rapaz que se dizia estar portando explosivos na prova da OAB e exigia a presença de um juiz federal para se entregar. No mesmo momento, ligou-me o diretor de secretaria, dizendo que se tratava exatamente da mesma pessoa que dias antes havia entrado com o pedido no plantão contra a OAB.
Preocupado com a situação, já que o garoto ameaçava detonar o explosivo e a polícia especializada estava no local pronta para agir, podendo haver uma morte totalmente desnecessária, aceitei o pedido e a polícia veio me buscar para participar das negociações.
Chegando ao local, fui levado a uma sala onde o coronel Coutinho, comandante do BOPE, explicou-me que o jovem disse que somente se entregaria se um juiz federal assinasse uma "sentença" que ele havia elaborado, para com isso "provar" estar ele apto a exercer a advocacia. Me foi então apresentado um papel escrito pelo rapaz, de caneta, no qual ele colocou um espaço para assinatura com a indicação "juiz federal". Eu assinei e entreguei minha carteira funcional ao policial, para que o rapaz visse que era um juiz federal realmente ali. Então, o rapaz disse que inclusive tinha sido meu aluno e se entregou logo em seguida.
A polícia fez todo o procedimento técnico para averiguar se na mochila havia algum artefato e o resultado felizmente foi negativo.
Quero aqui registrar o meu testemunho de que a todo momento a PM da Bahia (BOPE) mostrou-se profissional e solidária com a preservação da vida humana. Mesmo havendo atiradores de elite postados no local, buscou-se a todo momento negociar com o suspeito e a minha presença lá se deu com esse intento. Felizmente a vida do rapaz foi preservada nessa confusão que ele causou.
Quero dizer também que fiquei bastante deprimido com o que vi. Um rapaz novo, mal vestido, abatido e que precisa de cuidados psiquiátricos. Na sua mochila nada havia além de pano velho, frutas (duas bananas nanicas) e balas de gengibre. Mas ele realmente portava um cinturão verde com alças, dando a impressão de conter bombas. Daí o pânico que gerou.
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