Enem 2015: O que revisar na reta final?

Enem 2015: O que revisar na reta final?

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Quando chega a época de provas, até o vestibulando mais preparado sofre para se organizar e entender as particularidades de cada uma delas. Para auxiliar os candidatos do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que será aplicado nas tardes de 24 e 25 de outubro em todo o país, o TechTudo levantou alguns dos tópicos mais relevantes dos últimos anos, que devem voltar a pintar entre os assuntos mais relevantes na prova de 2015.

O Enem existe desde 1998, mas sofreu uma mudança radical em 2009. O número de questões foi aumentado de 63 para 180; o tempo para a prova passou de quatro para 10 horas; e a dificuldade das questões foi padronizada, tornando possível usar o exame para ingresso em universidades federais (antes, a prova acabava sendo bem mais fácil ou difícil que a do ano anterior, dificultando um processo justo).

De caráter mais interpretativo, o Enem foca muito mais na capacidade do candidato de raciocinar a partir das informações dadas do que no simples "decoreba". Além disso, o exame preza pela interdisciplinaridade, ou seja: não estranhe se não souber dizer se uma questão seja de Biologia, Matemática ou História; pode ser que ela seja justamente um cruzamento destas áreas.

Confira as apostas para o Enem 2015:

24 de outubro (sábado)

• CIÊNCIAS DA NATUREZA

São 45 questões de Química, Física e Biologia. Ao contrário do que é observado em muitos vestibulares, o Enem trabalha com a multidisciplinaridade e não vê sentido em cobrar longas fórmulas ou cálculos muito complexos. Assim, não se impressione se uma mesma questão perguntar, por exemplo, sobre alimentos transgênicos (Biologia), o uso de fertilizantes na agroindústria (Química) e a produção de energia eólica em plantações (Física).

• Ciclo do Carbono: É o processo que faz o elemento Carbono circular em diversos espaços do planeta. O assunto está em alta devido à ação do ser humano num sistema antes equilibrado, como quando o CO² é jogado na atmosfera ou se faz uma queimada.

• Ecologia: Um dos assuntos mais valorizados na área, a Ecologia é ciência que estuda as interações entre os organismos e seu ambiente. É importante o candidato conhecer as diferentes terminologias. A interação do ser humano com o seu ambiente também é um ponto muito ressaltado.

• Química orgânica: É a área que, inicialmente, estudava apenas os compostos extraídos de seres vivos – ainda que já seja possível sintetizar vários deles em laboratório. Na prova, pode exigir um certo conhecimento sobre os compostos, então trate de entender como funciona a nomenclatura, as reações e como a disciplina pode ser usada no cotidiano.

• Energia: Este é um assunto muito difícil de se resumir porque abrange diversos aspectos da vida humana e do meio ambiente. No Enem, é comum discutir produções alternativas de energia (solar, eólica, etc) ou a poluição causada pelas fontes não renováveis de energia, por exemplo.

• CIÊNCIAS HUMANAS

Há 45 questões de História, Geografia, Filosofia e Sociologia. O Enem pode não trabalhar com atualidades como uma disciplina separada, mas boa parte da prova traz questões que exigem um certo conhecimento de mundo e cotidiano. Assuntos relacionados a conflitos, movimentos e transformações sociais são muito recorrentes. Tópicos específicos das disciplinas isoladas devem ser cobrados, mas ainda mantendo uma forte relação entre eles.

• Sustentabilidade: A palavra entrou na moda nos últimos anos e se refere principalmente ao meio ambiente, tornando-se quase um sinônimo de uma atitude humana que busca a preservação dos recursos naturais para as próximas gerações. O estudante precisa saber relacionar a questão com aspectos sociais e pensar soluções para os problemas causados pelo extrativismo predatório.

• Direitos e movimentos sociais: Saúde, mobilidade, política – tudo isso pode parar na prova. É pouco provável que a prova cobre um conhecimento aprofundado sobre protestos ou movimentações políticas recentes, mas pode render discussões sobre prioridades do governo, o papel da polícia e a legitimidade de uma manifestação civil.

• Conflitos urbanos: Uma forma que o Enem pode cobrar o tópico é relacionando revoluções e revoltas históricas com os protestos de 2013 e 2014 (não os de 2015, que são muito recentes), comparando as razões, os resultados e os contextos delas.

• Tecnologia, mídia e revolução digital: Se há vinte anos falar com alguém de outro país podia ser um processo caro, hoje isso pode ser feito gratuitamente em segundos. O assunto da tecnologia já foi cobrado na redação do Enem de 2011 sob o título "Viver em rede no século XXI", e deve voltar a aparecer nas questões objetivas nos próximos anos.

25 de outubro (domingo)


• REDAÇÃO

Os temas sempre têm um foco social e podem abordar assuntos tão diferentes quanto desmatamento, imigração, tecnologia ou direitos das crianças. São dissertações argumentativas, de oito a 30 linhas. Deixe os discursos de exclusão de lado e mantenha coerência entre os argumentos para não zerar o texto – o que pode te excluir de vários processos e programas que usam a nota do Enem.

A redação pode ser uma das partes mais valiosas da prova, já que é a única delas que permite ao candidato tirar a nota máxima de 1.000 pontos. A pontuação mais alta de Linguagens e Códigos em 2014, por exemplo, foi 814 – cerca de 186 pontos a menos. Por isso, a primeira coisa na qual você precisa se ligar é o peso que o seu processo seletivo dá para a redação.

Todos os textos são corrigidas por dois avaliadores, que dão notas de zero a 200 para cada um dos cinco critérios utilizados pelo Inep: domínio da norma padrão do português, compreensão da proposta da redação, seleção e organização de informações, demonstração de conhecimento da língua para elaboração do texto e atenção à questão dos direitos humanos. Caso a nota emitida entre os dois tenha uma diferença maior que 100 pontos, a redação passa pelas mãos de um terceiro avaliador.

• MATEMÁTICA

São 45 questões que cobram conhecimento sobre cálculos, interpretação de gráficos, tabelas, comparação entre números e medidas de grandeza, entre outros. No Enem, esta área ganha mais destaque que as outras porque é a única das quatro que foca praticamente numa única disciplina.

Além disso, a pontuação de quem se dá bem neste eixo é maior: afinal, é a que tem menos acertos entre todos os candidatos. É importante manter em mente que o Enem cobra uma matemática do cotidiano, com pouca aplicação de fórmulas cabeludas e mais discussões próximas aos estudantes.

• Regra de três e proporção: A regra surge todo ano em diversas questões, tanto como ponto central de exercícios quanto como uma ferramenta muito útil para resolver problemas. A operação pode descomplicar questões que comparem o preço de dois produtos, resultados de jogos ou grandezas numéricas, por exemplo.

• Gráficos e tabelas: A análise de tabelas e gráficos é uma das atividades que mais se aproximam do cotidiano dos candidatos. Não se desespere ao dar de cara com um gráfico ou tabela, pois eles costumam ser autoexplicativos e trazer mais informações que demonstram à primeira vista.

• Geometria: O Enem costuma trazer questões mais voltadas à compreensão das imagens do que a cálculos e operações complexas. Como é medida a área de um terreno retangular? Como se calcula a quantidade de material necessária para erguer um prédio? Qual é a melhor forma de se representar uma figura tridimensional num desenho plano?

• Juros e porcentagem: As pessoas costumam usar porcentagem e juros todo dia, mesmo que de maneira automática. Uma compra no cartão de crédito, por exemplo, pode virar uma complicada operação matemática para quem não conhece o assunto.

• Teorema de Pitágoras: A prova sempre faz pelo menos uma pergunta sobre o Teorema de Pitágoras, cujo objetivo é encontrar um dado que falta a partir de outras informações expostas no enunciado. Estas perguntas geralmente propõem exercícios como medir a área de uma figura triangular a partir do comprimento dos outros dois lados.

• LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS

45 questões que relacionam língua portuguesa, literatura, artes, gramática e línguas estrangeiras (inglês ou espanhol). As questões do Enem se diferenciam dos vestibulares tradicionais porque apostam na contextualização do texto no lugar do "decorado" – e isso fica ainda mais evidente nesta área.

Aqui, os temas mais recorrentes são aquelas que pensam de forma crítica uma mensagem qualquer, seja ela uma notícia, uma foto, um texto formal, um poema, uma revista em quadrinhos ou a letra de uma música. O Enem trabalha bastante com arte ou textos cotidianos, por exemplo, e o aluno não pode esquecer que a linguagem visual também é uma forma de se comunicar.

• Interpretação de texto: As várias maneiras como um texto pode ser interpretado são o ponto central da prova de Linguagens do Enem. A temática surge com várias roupagens, mas recomenda-se sempre partir do mesmo ponto: qual o contexto desta informação? Quem, quando e porquê ela foi produzida?

• Gêneros textuais: Contos, resenhas, textos publicitários, crônicas, textos jornalísticos... As fronteiras entre os gêneros textuais nem sempre são nítidas, e às vezes uma mensagem pode se utilizar do formato de outra sem muita distinção. O objetivo do estudante é identificar a intenção das mensagens expostas e tentar tirar uma conclusão sobre a maneira que as informações são transmitidas.

• Norma culta e popular: Mais que cobrar o domínio da norma culta, o Enem quer saber se o candidato consegue identificar quais textos se enquadram nela. Trata-se de compreender as inúmeras nuances que a linguagem pode adquirir no cotidiano das pessoas. A prova deve cobrar conhecimentos de ortografia e coesão, mas também as estruturas usadas pela população.

• Literatura: o Enem não separa as questões de literatura do resto da prova de linguagens com tanta clareza. Os textos literários surgem nos enunciados falando de aspectos mais gerais das obras – do contexto social em que elas se inserem até a interpretação de um parágrafo específico, por exemplo. Também não há livros específicos cobrados dos candidatos, como faz anualmente o Vestibular da UFSC.



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