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Assunto frequente nos principais noticiários atualmente, o aumento do fluxo migratório para a Europa pode vir a ser um tema cobrado nas provas e redações dos grandes concursos. A crise, ocasionada de diversos fatores, já levou mais de 300 mil refugiados ao continente europeu, desde o início deste ano, segundo estudos da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR). O movimento tem gerado debates quanto à solidariedade dos países europeus para com os imigrantes, além da capacidade de contornarem o problema. Visando tratar deste tema no contexto dos concursos, o professor da disciplina de Atualidades, Reynaldo Neto, esclareceu as principais dúvidas quanto à crise migratória - algo não experimentado pelo velho continente desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
O fluxo de refugiados para a Europa sempre existiu. Porém, este crescimento descontrolado revela importantes fatores sobre o momento da economia atual dos países europeus e dos continentes vizinhos. De acordo com Reynaldo Neto, a Europa ainda se encontra em crise econômica, com desempregos e inflação em alta. "Os países europeus ainda não se recuperaram da crise da dívida soberana de 2010", acrescenta. Já os países da África e do Oriente Médio ainda estão sob os efeitos da crise de 2008, que resultou na derrubada dos governos. Diante do quadro, os países europeus estão basicamente com uma postura ainda resistente, com certo receio de abrigar os imigrantes. "O que podemos perceber, através das notícias, é que várias famílias europeias estão recebendo essas pessoas de braços abertos, principalmente nos países mais ricos, como França e Alemanha. Porém, os governos ainda se mantêm receosos", conta.
Para o docente, nenhum país, por mais rico que seja, está preparado para receber uma onda migratória desta magnitude. Apesar disto, ele acredita que adotar medidas restritivas não seja a saída. "A solidariedade é a marca do que nos faz humanos. Em uma situação dessas é preciso se rever os conceitos da humanidade para com o próximo. Não é possível assistir ao massacre de famílias, durante as guerras, e não se sentir solidário", opina. Reynaldo diz também que os governos precisam se reunir e traçar planos para controlar a situação, contando ainda com os organismos internacionais, como a ONU, que nesse momento deve ter papel bastante pró-ativo na União Europeia.
Guerras civis, perseguições políticas e étnicas são os motivos do adensamento dessa corrente de refugiados. O professor explica que, principalmente, a guerra na Síria ocasiona tal situação. "Em grande parte, os refugiados são sírios. A atuação de grupos terroristas, como o Estado Islâmico, vem sendo o principal fator do agravamento da crise", afirma. Os refugiados tentam, de qualquer modo e ainda que arriscando suas vidas em barcs superlotados, sair de seus países de origem em busca de uma nova perspectiva de vida. Em razão disto, uma indústria clandestina aproveita para se instalar. "Principalmente em momentos de crises, instituições criminosas, como máfias, começam a fazer tráfico de pessoas, cobrando por isto. É parecido com os 'coiotes' dos EUA, por exemplo, que fazem a travessia das fronteiras do México para lá", explica Reynaldo. As pessoas são transportadas em condições subumanas, muitas vezes sem conseguir chegar com vida ao destino. O maior e mais tocante flagrante deste crime foi a foto do menino sírio Aylan Kurdi, de 3 anos, morto à beira de uma praia da Turquia.
Parte da população de alguns países europeus, como a Alemanha, por exemplo, cultiva o sentimento de xenofobia, rejeitando os estrangeiros e os classificando como "invasores". O professor de Atualidades diz não acreditar em determinismo histórico, quando questionado sobre a relação da situação atual à experiência alemã na primeira metade do século passado, com o surgimento e ascensão do Nazismo. "Dizer que a sociedade alemã carrega um traço do Nazismo é um determinismo histórico. Eles têm a mesma xenofobia que acontece nos outros países europeus, não há comparação com aquela experiência", reforça, descartando a possibilidade de que uma das mais tristes páginas da história mundial se repita.
Outras abordagens do tema, pelas principais bancas de concursos, são possíveis, como relacionar a crise atual com a tradição brasileira de acolhimento de imigrantes, com a constituição de grandes colônias japonesas, alemãs e italianas por aqui - além, é claro, do grande número de portugueses. "Os candidatos devem estudar principalmente a atuação do Estado Islâmico e a situação da Síria, além da crise soberana e seus desdobramentos", destaca Reynaldo. Ele indica ainda que os concurseiros se mantenham informados e atualizados sobre o assunto. "Eles devem buscar informações em jornais de grande circulação, sites confiáveis e nas rádios que transmitem notícias", isto porque ainda não há um material pedagógico disponível, sobre a atual crise migratória, especificamente para concursos.
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