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No Brasil, independentemente do governo em questão, é comum a prática de mudanças na regra do jogo, durante a partida. Quem não se lembra do confisco dos depósitos bancários e das cadernetas de poupança decretado pelo presidente Collor, em 16 de março de 1990? Nem tão radicais assim, da mesma forma podem ser interpretadas as medidas anunciadas pelo governo federal, que incluem cortes em programas sociais, a volta da CPMF e, claro, a suspensão dos concursos federais. Por isso mesmo, pela instabilidade política e econômica que tanto marcam a história do país, especialistas aconselham os concurseiros a fazerem sua parte. E se preocuparem menos com o noticiário, que pode assustar e tirar o foco daquilo que realmente interessa, e faz toda diferença: os estudos. #vaiterconcurso
"Costumo aconselhar os candidatos no sentido de que não se preocupem com questões que estão além de seu poder. O projeto pessoal diz respeito à sua preparação. Estudar com afinco nessas horas é o princípal, pois sabemos que apenas estudar após a expedição do edital não é suficiente. Os candidatos devem manter o foco na programação, uma vez que a medida anunciada pelo Poder Executivo Federal não afeta diretamente concursos no âmbito do Poder Judiciário, Legislativo, Ministério Público Federal e Tribunal de Contas da União, bem como não atinge as esferas municipal, estadual e distrital, e nem mesmo as empresas públicas. Dependendo da conjuntura, poderá ocorrer uma reavaliação da suspensão. Sempre lembrando que a atividade de fiscalização deve ser incrementada. Para isso, serão necessários novos concursos neste setor - caso da Receita Federal", aponta Marcus Bittencourt, Advogado da União e especialista em concursos.
Professor do Universo do Concurso, Rodrigo Lelis concorda. "O baque da notícia da suspensão de novos concursos, em um primeiro momento, é forte para aqueles que já estão se preparando e sonham em ingressar na carreira pública. No entanto, para quem tem o objetivo de ser aprovado em concurso público, é um erro pensar a curto prazo. O estudo deve ser sempre a médio e longo prazo. Por essa razão, à primeira vista, a informação pode chegar a desanimar e desinteressar alguns para a preparação, mas se deixar abater é um erro terrível. O concurseiro precisa enxergar esse momento como uma oportunidade de tempo ainda maior para estudar e estar ainda mais preparado quando essa medida for cancelada e os concursos voltarem a acontecer. Quem já está se preparando não pode parar de forma alguma. Estudar para concurso exige ritmo, e quebrar esse ritmo pode custar a aprovação".
Lelis afirma ainda que é preciso lembrar que o serviço público precisa de servidores para se manter. E o contexto, em linhas gerais, é de déficit de pessoal na maioria dos setores, situaçao que tende a se agravar nos próximos anos - leia a matéria AQUI. "Já existem órgãos que entraram em greve justamente reivindicando novos concursos, devido à carência de pessoal. Além disso, o governo divulgou entre as medidas redutoras de gastos o fim do abono permanência, que é um acréscimo salarial vantajoso para aqueles que já podem se aposentar e preferem continuar na ativa. Se aprovado no Congresso, o fim do abono vai gerar mais aposentadorias do que as já previstas. Outros tipos de vacâncias, como exonerações e falecimentos ocorrem o tempo todo. Portanto, a medida da suspensão dos concursos não irá durar por muito tempo, já que o serviço público precisará, mais cedo do que se imagina, voltar a contratar".
O especialista deixa uma mensagem final para os concurseiros de todo o país. "Enquanto muitos vão desanimar, outros vão aproveitar a oportunidade! Embora as vagas possam ser menores em 2016, a concorrência deve diminuir em virtude da desistência de muitos candidatos e, assim, aqueles que perseverarem terão mais chances de conseguir a tão sonhada vaga. Quem está se preparando não deve desanimar! Se forem mesmo suspensos os concursos federais, deve focar nos estaduais e municipais, ou continuar estudando até que sejam retomados os concursos federais, assim sairá na frente da concorrência e terá muito mais chances de aprovação", concluiu Rodrigo Menezes.
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