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Acreditar no sonho e investir arduamente em sua conquista é o lema de Vinícius Silva, técnico judiciário da Justiça Federal do Ceará e, provavelmente, futuro delegado de polícia do mesmo estado. Natural de São Paulo, casado, pai de uma filha, graduado em Direito pela Universidade Regional do Cariri e professor de Física em cursos preparatórios, Vinícius reside atualmente em Juazeiro do Norte, no Ceará, onde obteve a sua primeira aprovação em concurso.
Apesar de atuar como professor em instituições privadas, a carreira pública começou cedo para ele. Em 2008, trabalhou na Força Aérea Brasileira (FAB) como controlador de tráfego aéreo. No mesmo ano, tomou posse no cargo de técnico judiciário. “Passei no concurso do TRF-5 em 2007/2008, tendo tomado posse no ano de 2008, dois meses após a homologação do concurso. Fui aprovado para o cargo de técnico judiciário, na área administrativa, com especialidade em Segurança e Transportes”, recordou, afirmando que disciplina e dedicação exclusivas ao concurso foram fundamentais para a sua aprovação.
Vinícius lembra que chegou a decorar algumas matérias, porque não tinha tempo para entendê-las. “Estudei apenas após o edital, mas nunca havia estudado antes algumas matérias que caíram na prova. Assim, tive que me dedicar 100% para essa avaliação, passando cerca de dez horas por dia lendo a Lei Seca e resolvendo questões de provas anteriores, pois percebi que, na época, elas se repetiam bastante. Lembro que em algumas questões eu simplesmente decorava o gabarito e a resolução, não me importando saber qual o motivo pelo qual aquela era a resposta”, relembra.
Assim como a maioria dos candidatos aos concursos, o desejo pela estabilidade e os atrativos da carreira pública foram os seus maiores motivadores, mas Vinícius declara que outros fatores também foram importantes. “A valorização do seu trabalho, a boa remuneração e a estabilidade são coisas que todo mundo fala. No entanto, para mim, alguns cargos fazem a diferença, pois é através do exercício deles que você pode proporcionar alguma melhoria na vida das pessoas e torná-la menos difícil, mais prazerosa. Fazer aquilo que gosta é fundamental, e a carreira pública te proporciona isso, uma vez que todos os cargos são acessíveis, basta estudar e fazer por onde para passar.”
Não obstante já ter conseguido uma aprovação, Vinícius continuou os estudos em busca de outras oportunidades. “Após ser nomeado para a Justiça Federal, decidi fazer alguns outros concursos e realizei provas para analista judiciário no TRT-20ª, TRE-PE e TRF-5. Fiz, ainda, concurso para técnico legislativo do Senado Federal e agente de Polícia Legislativa da Câmara dos Deputados.” Porém, para a sua infelicidade, não foi aprovado. “Em todos os concursos acima, levei corte e apenas no último mencionado consegui que a minha redação fosse corrigida, mas não fiz o mínimo para ser aprovado”, admite.
Diante da decepção em todas as outras tentativas, decidiu, então, tentar algo que fosse melhor para ele. De acordo com Vinícius, por ter nascido em um lar de pessoas simples e batalhadoras, ser delegado seria uma honra muito grande para todos da família. “Após isso, decidi fazer um concurso melhor e escolhi o de delegado de polícia do Estado do Ceará, que é o meu estado, minha terra, o meu lugar. Passar aqui seria uma vitória muito grande, e poder ser aprovado no concurso para um cargo como o de delegado me deixava ainda mais empolgado.”
Pensando assim, dedicou-se integralmente à preparação, abdicando de horas de descanso e de tempo com a família diversas vezes. Ele confessa, também, ter precisado assistir a muitos depoimentos de pessoas aprovadas em outros concursos e palestras motivacionais para conseguir se manter na luta. “Eu tenho uma família e três empregos para dar conta, isso não foi nada fácil na época do concurso. Fiz de tudo para conseguir. Peguei férias na Justiça Federal, emendei com o recesso forense e com as férias nos cursinhos presenciais que ministro aulas. Tive uma folga maior, mas sempre precisei acordar muito cedo, cerca de quatro horas da manhã, para poder estudar até cinco e meia, momento em que tinha que arrumar a minha filha para levar à escola. Enfim, os finais de semana, feriados e noites eram os momentos de estudo que tinha. Posso dizer que foi muito doloroso, não aguentava mais, mas era por uma boa causa. Tive que assistir a muitos vídeos motivacionais e ler muita coisa boa para me manter ligado nos estudos”, desabafa.
Ele estudou, mais uma vez, após a divulgação do edital, mas, por já ter um histórico de preparação consecutiva, já havia aprendido bastante sobre o conteúdo de outras provas, o que facilitou muito na hora de seguir o cronograma. Como resultado, Vinícius afirma ter realizado um bom exame. “Consegui fazer uma prova objetiva razoável, 77% de acertos. Mas a prova discursiva foi o meu diferencial. Consegui passar por conta dos 85% de rendimento que obtive na avaliação, o que me fez subir algumas posições na lista de aprovados. Consegui, com isso, ficar na posição 311, figurando no cadastro de reserva, que será aproveitado durante o prazo de validade. Para ser mais preciso, o Estado do Ceará pretende nomear três turmas, cada uma com 159 candidatos, e na posição em que estou, figuro na segunda turma.”
Quando, no dia do resultado, viu que foi aprovado, a felicidade recuperou todos os momentos de dificuldade. “Parecia um sonho. Quando vi minha nota na discursiva e que tinha subido muitas posições e que poderia ser nomeado na segunda turma, eu quase não aguentei, e com 29 anos de idade chorei feito um menino. Nessas horas é que passa pela nossa cabeça tudo aquilo que fizemos para merecer esse momento: as horas de sono mal dormidas, os fins de semana, os feriados e a família deixada de lado. Tudo valeu a pena”, desabafa.
Questionado sobre os planos para o futuro, após a posse como delegado, Vinícius se mostra bastante decidido. “Não pretendo fazer mais concursos. Depois de ser chamado para o cargo de delegado de polícia do Ceará, quero exercer minhas atribuições com o maior zelo possível, sempre primando pelo respeito ao cidadão e pela segurança das pessoas. Quero me especializar, e depois de alguns anos, quem sabe chegar numa delegacia especializada em crimes de tráfico de drogas, homicídios ou roubos e furtos”. Para os concurseiros que continuam na trajetória em busca da conquista da carreira dos sonhos, ele deixa um conselho. “Acreditem no sonho de vocês e nunca digam que não têm tempo, pois sempre haverá alguns minutos por dia, que, somados, são valiosos para a sua preparação.”
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