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A decisão de entrar para o “mundo dos concursos” nem sempre parte da própria pessoa. Às vezes, mesmo quando ela já se dá conta de todas as vantagens e benefícios de se tornar um servidor público, é preciso um “empurrãozinho” de alguém próximo, para que esta caminhada tenha início. E foi exatamente assim que aconteceu com Manuela Boscia, de 29 anos. Graças ao pontapé inicial de uma amiga, hoje a mineira conquistou esse sonho. Ela recordou como foi.
“A primeira vez que me interessei por concurso foi quando uma amiga começou a se dedicar integralmente aos estudos para seleções públicas, em 2007. Eu estava recém-formada em Ciências Contábeis e meu sonho era trabalhar com Auditoria Externa, algo que já estava fazendo na época. Porém, comecei a me interessar por esse mundo e a fazer várias perguntas para ela, a fim de conhecer a rotina dela, ver o que ela estudava, o que caía nas provas. Na época, não tinha noção de nada disso. Comecei a pensar no assunto”, explicou.
Filha mais velha, entre os seus três irmãos, Manuela, que nasceu em Belo Horizonte, contou que, quando era adolescente, sua família passou por dificuldades financeiras. “A empresa do meu pai não ia muito bem e fechou. Comecei a trabalhar e ajudar em casa assim que pude, aos 18 anos, logo quando entrei na faculdade, em 2003. Quatro anos depois, quando me formei pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a situação na minha casa já estava melhor e pude, então, me dedicar aos estudos para concurso integralmente”, pontuou.
E enquanto estava na graduação, a belo-horizontina fez estágios em um escritório de Contabilidade, além de ter atuado em outros empregos na área. Quando concluiu o curso superior, Manuela Boscia estava exercendo Auditoria Externa, o que sempre foi seu sonho. “Eu amava muito Auditoria, mas, ao mesmo tempo, pensava no futuro e em como conseguiria manter o ritmo puxado que essa carreira me demandava na época. Eu trabalhava todos os dias, inclusive aos finais de semana, até tarde, das 8h às 20h, ou mais. Naquele tempo, estava tudo bem, mas eu pensava que um dia iria querer casar, ter filhos, hobbies. Mas como iria conciliar tudo isso? O concurso começou, aos poucos, a parecer uma opção interessante. Pensei muito no assunto, fui amadurecendo a ideia.” Foi, então, que a amiga da mineira entrou na história.
Nesse momento, Manuela tomou uma decisão um tanto quanto radical. No fim de 2008, ela saiu de seu emprego para se dedicar integralmente ao estudo para concursos. E na época, iniciou a preparação para a Receita Federal, fazendo um curso presencial em Belo Horizonte. “Não foi nada fácil. Algumas vezes, questionei se havia tomado a decisão certa, se algum dia eu iria passar em alguma seleção. Sentia falta de trabalhar e de ter minha independência financeira. O tempo todo me cobrava, eu queria estar sempre estudando”, salientou.
Em 2009, saiu o concurso para o Banco Central. Manuela revela que nunca havia se interessado muito pelo órgão, mas, quando leu o edital, percebeu que valeria a pena encarar o concurso. Ela tentou uma vaga de técnico, de nível médio. “Queria muito passar e senti que aquela era uma oportunidade real. Eu já estava estudando há quase um ano e sentia muita falta de trabalhar”, almejou. E seu desejo tornou-se realidade. Em janeiro de 2010, ela fez a prova, e das 64 vagas para a função, a concurseira passou na 57ª posição, aos 24 anos. Em agosto daquele ano, já estava trabalhando no banco.
Mas até conseguir concretizar seus planos, Manuela Boscia teve uma rotina intensa de preparação. “Fiz um curso de técnicas de estudo, que foi extremamente importante. Aprendi a usar mapas mentais, a revisar a matéria todos os dias e a importância de fazer muitos exercícios. Também precisei de muita organização e disciplina. Elaborei meu cronograma de estudos de acordo com o tempo que eu tinha disponível até a prova, separando as matérias por nível de dificuldade e por importância (peso) na prova”, sinalizou.
A concurseira esclareceu que essa estratégia de estudo deu muito certo para ela, principalmente em sua segunda aprovação no Banco Central, na carreira de analista. É isso mesmo. A mineira passou em uma segunda seleção da entidade. “Me dei conta que lá eu teria a oportunidade de trabalhar na minha área de formação, então decidi que estudaria somente para esse cargo. Em 2013, iniciei a preparação para a prova, que foi em 2014. Eu estudava muito, em todos os meus horários livres. Fui aprovada em 12° lugar para a área de Contabilidade e Finanças.”
Realizada, a servidora, que é casada há cinco anos e atualmente reside em Brasília, enfatizou sua felicidade em atuar no Banco Central e acrescentou que não pretende fazer um novo concurso. “Sinto-me muito bem desempenhando meu trabalho no órgão. Ele é de extrema importância em conjunto com outras ações desempenhadas em todo o banco por cada um dos profissionais, para tornar o Sistema Financeiro Nacional (SFN) mais estável e eficiente. O trabalho ajuda a economia, as famílias, os empreendedores, enfim, é um trabalho que beneficia a todo o país”, frisou.
Ao longo de sua preparação, Manuela recebeu o apoio principalmente de sua família e de seu companheiro. “Meus pais concordaram sem nenhum problema em pagar meu curso preparatório e me deram todo o suporte de que eu precisava. Meu marido, que na época era namorado, também foi bem compreensivo. Aos sábados, à noite, ele me levava a uma biblioteca 24 horas, para eu ficar estudando até tarde da noite. Ele me deixava lá por volta das 20h e me buscava às 2h da manhã, quando eu ligava para ele”, disse, em tom de agradecimento.
Hoje, Manuela Boscia conta que tem mais qualidade de vida e tranquilidade. Segundo ela, sobra tempo para a prática de atividades físicas, ler, assistir a filmes, cuidar de sua cadela de estimação e, até mesmo, ter flexibilidade para que programe suas férias com antecedência. Grata pelas conquistas obtidas, a servidora quer compartilhar suas experiências com mais concurseiros do Brasil. Por isso, começará a dar aulas de Inglês em um site que oferece cursos em PDF para concursos. “Estou muito empolgada com a possibilidade de ajudar outras pessoas a conseguir a sua vaga no serviço público e a se sentirem tão felizes e realizadas como eu me sinto hoje”, comemorou.
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