Preparação: Em meio à crise, candidatos lutam para manter os estudos

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A realidade é dura e a tarefa, árdua. Passar em um concurso público é o sonho de muitos brasileiros. Exige, além de dedicação e estudo, força de vontade para superar as adversidades, que não são poucas. Em tempos de crise econômica, uma espécie de avaliação extra é somada ao já extenso programa desses candidatos. Economia em franca recessão, com inflação em alta, e desemprego também. Esses são elementos que resultam em maior custo de vida, bem como mais estresse e preocupação. Por isso, ao estudo das disciplinas tradicionais, soma-se outra questão. Com a grana mais curta, como administrar o orçamento de forma a não comprometer a preparação? Eis aí uma verdadeira prova de Matemática, das mais cabeludas. Financeira.

Não é de hoje que muitos concurseiros, em nome de seu sonho, abrem mão de uma série de coisas. Deixam de sair para se divertir e até mesmo de comer para custear as ferramentas necessárias para a aprovação em um certame. Os cursos, algumas das vezes, são caros. O material didático, também. Muitos candidatos não têm condições financeiras de comprar as apostilas, que custam, em média, R$100 cada. "Eu vou ter que esperar o próximo mês virar para conseguir pagar a apostila do meu curso, porque realmente as coisas têm ficado cada vez mais caras, e tem sido cada vez mais apertado fechar o mês. O próprio curso até fez uma promoção para que o valor do material fosse reduzido, mas continua pesado para mim. A apostila para o concurso do Banco do Brasil, por exemplo, custa R$134 reais", disse Joy Máximo, de 24 anos, revelando o cargo de seus sonhos: o de escriturário na tradicional empresa bancária.

Não é nada mole a vida de um concurseiro. Todos os entrevistados nesta reportagem estudam e trabalham paralelamente. Geralmente trabalham durante o dia e estudam à noite. Trabalham para pagar o curso e o material. Estudam para, no futuro, terem uma vida melhor e estável, profissional e pessoalmente. "Além de estudar, eu trabalho. Preciso pagar todo mês, além do curso, a conta de luz, água, entre outras despesas. Nunca deixei de pagar o curso, as mensalidades, sou muito controlado, financeiramente falando. Gasto levando em consideração o que ganho. Mas já deixei de comprar um livro, entre outras coisas, sim", explicou Tiago de Faria, de 29 anos, que também está se preparando para o Banco do Brasil.

A situação, que já não era boa, só piorou com a crise econômica. A inflação em alta tem gerado muitas consequências na vida dos concurseiros e no cronograma dos concursos. O 1º semestre foi fraco, poucos concursos federais foram lançados. Nessa esfera, a expectativa é de que as autorizações saiam no segundo semestre, que começa daqui a poucos dias. "Para mim, o preço das apostilas e de outros materiais está dentro do limite. O maior problema é o atraso dos concursos que estavam previstos e estão sendo adiados, ou não têm prazo. Nesse aspecto é ruim. A gente não sabe se o concurso pretendido será realizado. É uma situação chata para nós", afirmou Sheila Rodrigues, de 43 anos, que completa: "A coisa não está fácil. Você tem que escolher, adiar, e priorizar o que de fato é importante. Investir na preparação é vital, mas temos outras coisas tão importantes quanto. Família, filhos. Eu tento me adequar dentro do que eu ganho para não ultrapassar o limite, tenho que manter um controle. A gente quer muita coisa, mas não pode tudo, o orçamento não permite".

Outra consequência do problema financeiro pelo qual passa o país é o alto número de demissões. Pessoas de todas as áreas são vítimas da crise. Tiago diz que conhece muitas pessoas, entre amigos e familiares, que foram cortadas da empresa nem que trabalhavam nos últimos meses. "Amigos, familiares, conheço muitas pessoas que foram demitidas por causa da crise. Eu trabalho com logística, com transporte, e o local onde eu trabalho é formado por várias empresas. Naquela em que trabalho, estão conseguindo manter os funcionários, mas as demais estão demitindo. Por semana, um ou dois funcionários são demitidos. É uma situação chata, mas não chega a ser uma surpresa. Todo mundo sabe que está complicado. Na esfera privada, a qualquer momento, a gente pode ser demitido. O mercado está bem fraco", afirma, explicando em parte a razão de sua opção atual pela carreira pública: a conquista da estabilidade.

Contudo, o sacrifício extra que o atual quadro econômico tem exigido dos concurseiros por certo será recompensado. Isso é o que acredita Luciana Nunes, de 29 anos, que também aguarda a divulgação do edital para escriturário do Banco do Brasil - cargo de nível médio, com vencimento inicial de R$3.280. "A gente acaba limitando a nossa vida particular. Deixa de sair, de comprar uma roupa, se segura na hora de usar o cartão de crédito, para poder investir no futuro e nos estudos. É um projeto que vale a pena. Os maiores benefícios da carreira pública são a estabilidade financeira e o salário, fora os benefícios".

E você, caro leitor concurseiro? Como tem administrado suas finanças nestes tempos bicudos? Já teve que abrir mão de algo em sua preparação? Dê seu depoimento pra gente!



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