Leia mais
Muitas pessoas passam pela vida insatisfeitas com as suas realizações profissionais. Alguns alegam falta de oportunidade e outros admitem não dar a devida importância aos estudos no momento em que deveriam. Em geral, muitos atribuem às circunstâncias os seus insucessos. Culpar terceiros não muda a situação. Quando isso é percebido, novos horizontes são abertos e novos caminhos são traçados. Lidar com os “nãos” da vida tem seu lado bom, pois quando o sabor do “sim” é sentido pela primeira vez, muitos outros sabores iguais surgem.
É essa a história de Rogério de Oliveira Vasconcelos, de 45 anos. Nascido em Muriaé, interior de Minas Gerais, ele conta que sempre trabalhou como desenhista e silk screen, principal atividade de sua cidade, porém, embora gostasse bastante de seu ofício, não estava plenamente contente com o retorno financeiro que sua função lhe proporcionava. “O salário não era grande, ficava indignado com a desvalorização profissional. Eu fui durante muito tempo desenhista de vestuário e permaneci nessa atividade por quase 20 anos ininterruptos. Gostava muito do que fazia, apesar de pouca remuneração”, conta.
Rogério começou a perceber que estava dedicando muito tempo às suas atividades, embora essa mesma dedicação não estivesse lhe trazendo o retorno financeiro e a autonomia que tanto almejava. E foi justamente isso que o motivou a mudar de vida. Começou a dedicar seu tempo aos estudos, e seu foco passou a ser o ingresso na carreira pública.
O descontentamento e o desânimo foram os seus principais propulsores a retomar os estudos, e seu primeiro passo foi concluir o segundo grau. Alegando ter perdido muito tempo na vida, não levando os estudos a sério, o desenhista de vestuário via seus colegas se formando e não se importava com isso, o que hoje, considera um erro. “Estudem muito agora para ficarem na sombra futuramente. É difícil, mas é o único caminho. Conclui o ensino médio aos 30 anos, não tenho vergonha de dizer que me formei tarde, mas como diz o ditado, antes tarde do que nunca. Me recompus e me coloquei na rota dos estudos.”
Com o mercado de trabalho cada vez mais exigente, a rotina de Rogério se resumia a trabalhar durante o dia e estudar no pré-concursos de Muriaé, à noite. “Lia tudo que via pela frente sobre concursos públicos, e aproveitei a ótima dica que minha competente professora de Português Maria Alice me deu: ler absolutamente tudo que tivesse a ver com a Língua Portuguesa, para enriquecer meu conhecimento.” Mas Rogério queria mais: cursar o ensino superior também entrou na sua cartela de objetivos, e com muito esforço, após fazer o Prouni, ingressou na faculdade de Pedagogia, na modalidade de Ensino Superior a Distância (EAD).
Embora muitos considerem essa maneira mais fácil, para Rogério, foi diferente. Sem tempo e despendo de muito esforço e dedicação, tudo virou superação. “Consegui superar, estudando em todas as horas vagas e no caminho para o trabalho. Qualquer hora era uma possibilidade de estudar. Essa modalidade de estudo nos obriga a ler e escrever muito. Não há nada fácil nesse mundo. Se quiser algo, tem que correr atrás. Minha avó dizia que estudar é como jiló, tem que acostumar.”
Cuidar da saúde emocional é primordial na vida, principalmente quando o assunto é chegar a um lugar onde muitos outros que possuem sonhos, desejos e anseios, iguais ou maiores aos seus, disputam o mesmo objetivo. Uma aprovação na carreira pública não consiste em passar em somente uma etapa. Estar preparado para encarar questões de Matemática, Língua Portuguesa e Informática Básica, entre outras, pode não ser uma problemática para alguns, mas, em muitos concursos, o preparo físico também é de extrema importância.
Por muitas vezes, os candidatos conquistam, inicialmente, o “aprovado”, porém, isso nem sempre significa garantia no concurso, e Rogério sentiu isso na pele. Ele conta que em 2012 foi aprovado na etapa objetiva para agente penitenciário, mas ficou no Teste de Aptidão Física (TAF). “Derrotas virão, a vontade de desistir será parte de seu sofrimento, mas o importante é nunca desistir. Um bom lutador é aquele que ao levar um golpe pode até cair, mas tenta se levantar.”
Passando por cima de muitos empecilhos, ele conseguiu diversas aprovações em concursos públicos. Em 2013, Rogério se formou no ensino superior, mas em 2008 ele já havia conquistado o primeiro lugar no cargo de agente administrativo, em uma prefeitura municipal. Atualmente, Rogério ocupa a função de assistente de técnico de trânsito, no Detran-RJ, e afirma que tem chances de evolução. Funcionário público dedicado, ele conta, com orgulho, que embora esteja satisfeito com seu cargo atual, ainda sofre para escolher o que quer ser no futuro.
Dizem que por trás de um grande homem existe uma grande mulher, e com ele não poderia ser diferente. Sua esposa o apoiava bastante. Suas conquistas são um exemplo que o tornaram uma espécie de herói para ela. Ele ainda deixa um recado para aqueles em uma situação igual ou parecida. “Acredite e nunca desista, pois um dia verá que o sucesso não depende só de você, mas é parte de uma ordem superior abstrata. A vontade de conseguir chegar é o espírito dessa coisa chamada concurso público.”
Serviço
Outras Informações – Aqui
Dicas para Concursos - Aqui
Para mais informações consulte o nosso blog.
0 Comentários