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As provas do concurso para papiloscopista da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), aplicadas no último domingo (24/5), foram marcadas por desorganização e atrasos. Candidatos registraram em vídeo a espera nos portões da UDF, 704 Sul, onde muitos se aglomeravam enquanto a organizadora recolhia celulares e outros pertences antes das provas. O resultado foi atraso de pelo menos uma hora e a revolta dos concorrentes.
De acordo com denúncias de candidatos, recebidas pelo CorreioWeb, a correria provocou desequilíbrio emocional, o que afetou o desempenho no concurso. Um dos prejudicados, Rafael Júnior Siqueira afirmou que centenas de pessoas queriam entrar logo no prédio, pois o horário para o fechamento dos portões estava acabando; porém, como precisavam despachar seus pertences, formou-se uma fila que ultrapassou os portões e muita gente ainda ficou de fora, fazendo com que os portões fossem reabertos após o horário estabelecido em edital. “Os exames estavam marcados para as 14h, mas fui começar a responder uma hora depois. Senti-me prejudicado, pois estava extremamente nervoso com toda a situação. Mesmo assim, após iniciada a prova, um fiscal ainda pediu para que todos levantassem das cadeiras para fazer uma revista com detector de metais - certamente, na bagunça da entrada, alguns conseguiram entrar com aparelhos eletrônicos. Foi quando três candidatos se levantaram indignados e saíram da sala”, relata.
Outra candidata, Maiara Rosa, reclamou que o atraso quase a fez perder o voo de volta para casa, em Chapecó, Santa Catarina. “Senti-me prejudicada, pois a duração da prova é de cinco horas. Com o atraso de mais de uma hora, os exames acabariam às 20h05, e meu voo estava marcado para as 20h35, mas com embarque às 19h45. Tive que fazer a prova correndo, sem responder todas as questões, além do nervosismo causado pelo tumulto da entrada para recolhimento da minha bolsa”, lamenta.
Apesar disso, de acordo com Max Kolbe, consultor jurídico e membro da Comissão de Fiscalização de Concursos Públicos da OAB-DF, não há razão para cancelamento do concurso. “Se for comprovado que candidatos fizeram provas com celular a seleção deve ser anulada, caso contrário a isonomia está preservada. Sobre o atraso na aplicação dos exames, a banca agiu corretamente se concedeu tempo extra para a resolução das questões, não importa se houve discrepância de horários entre outros locais de aplicação, já que os concorrentes estavam em confinamento”. O especialista aconselha a quem veio de outro estado, e devido ao atraso perdeu voo ou teve algum outro tipo de despesa financeira extra, que procure a Justiça.
Em sua defesa, a banca do concurso, a Fundação Universa, disse que terceirizou uma empresa para cuidar especificamente do guarda-volumes e que não houve incompetência por parte dos funcionários. Eles teriam empacotado todos os pertences e identificado os embrulhos por números. Apesar disso, a organizadora afirmou que o tumulto foi fruto do descuido dos candidatos, já que o edital determinou que aparelhos eletrônicos não seriam permitidos e que a banca não seria responsável pela guarda de quaisquer objetos.
O cargo de papiloscopista é disputado por 8.370 inscritos, que concorrem 50 oportunidades. A remuneração do cargo é de R$ 8.284,55. Neste domingo (31/5) será a vez dos testes para perito médico-legista.
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