As alternativas ao Fies para financiar a faculdade

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Financiamentos oferecidos por instituições privadas são alternativas aos estudantes que não têm dinheiro suficiente para pagar as mensalidades da faculdade e não conseguiram ser beneficiados pelo Fundo de Financiamento Estudantil (FIES), programa do Ministério da Educação que financia parte ou valor total de cursos no ensino superior.

O governo federal anunciou na segunda-feira (4) que os recursos destinados ao programa estão esgotados para este ano. Também há dúvidas se haverá uma nova edição do Fies no ano que vem. A continuidade do programa irá depender da disponibilidade de recursos após o ajuste fiscal das contas públicas.

Além do Fies, o crédito universitário é oferecido no país por pelo menos três instituições privadas: o Bradesco; a Ideal Invest, que gerencia o programa Pravaler Crédito Universitário e é correspondente bancária do banco Bracce, que é sócio minoritário do Itaú; e a Fundaplub, instituição privada que administra programas de financiamento oferecidos pelas próprias universidades a seus alunos.

O financiamento estudantil privado cobra em geral, juros mais elevados do que o Fies, de 3,4% ao ano. No Bradesco, por exemplo, a taxa mínima é de 28,68% ao ano, ou 2,39% por mês.

A Fundaplub não cobra juros, apenas uma taxa administrativa de 0,35% ao mês, equivalente a 4,2% ao ano.

Já a taxa de juros máxima cobrada no Pravaler é de 1,35% ao mês, ou 16,2% ao ano. Mas, desde abril, todas as instituições de ensino que participam do programa passaram a subsidiar parte ou o valor integral dos juros que incidem sobre o financiamento. “No entanto, essa facilidade vale somente para empréstimos novos”, diz o diretor executivo da Ideal Invest, Carlos Furlan.

A estratégia foi incorporada pelas universidades para manter a adesão de alunos aos cursos, diz o executivo. “Esses subsídios se intensificaram a partir de setembro do ano passado, quando o Fies começou a ter problemas para repassar recursos às instituições de ensino”.

Entre as instituições de ensino que subsidiam juros no Pravaler, estão a Estácio e Anima. A Ser Educacional passou a cobrar os mesmos juros oferecidos pelo Fies no Pravaler: 3,4% ao ano.

Os três grupos educacionais administram diversas instituições de ensino. Entre as gerenciadas pelo Anima, estão a Unibh (MG) e São Judas (SP). A Estácio inclui universidades que levam o nome do grupo em diversos estados, além de outras faculdades, como a Uniradial (SP) e Uniuol (PB). O grupo Ser Educacional é composto pela Ung (SP) e a Uninassau (PE), entre outras.

Veja a seguir as principais condições oferecidas pelas instituições que oferecem o crédito para financiamento estudantil:

Programa Taxas de juros Parcela financiamento Prazo Instituições parceiras Requisitos
  1. Pravaler 0% a 1,31% a.m Até 50% da mensalidade 1 semestre 60 universidades no Brasil Renda mínima equivalente a duas mensalidades, sozinho ou em conjunto com garantidor, que ganhe, ao menos, um salário mínimo. Aluno e garantidor não podem ter restrições no CPF.
  2. Bradesco A partir de 2,39% a.m Até 50% do valor da mensalidade 1 semestre Unijorge, Unifran, Insper, Faculdade Metropolitana de Caieiras, ESPM, Ibmec, Iesa e Unipiaget Idade mínima de 18 anos. Caso tenha 17 anos ou menos, poderá ser contratado em nome do responsável legal. O titular da operação deverá ser correntista do banco e ser aprovado na análise de crédito.
  3. Fundaplub 0% (cobra apenas taxa administrativa de 0,35% a.m) Até 50% do preço da mensalidade Curso inteiro 29 universidades no Brasil Estar matriculado em uma das instituições parceiras e ter fiador maior de 18 anos, com renda comprovada e sem restrições financeiras.

Como funciona

O crédito estudantil pode ser contratado tanto por quem irá iniciar o curso de graduação como por quem já está matriculado na faculdade.
Em todas as instituições, assim como no Fies, o estudante só consegue obter o crédito em instituições de ensino parceiras dos programas.

Cerca de 70 universidades participam atualmente do Pravaler no Brasil. Já o Bradesco tem parceria com oito instituições de ensino, e 29 faculdades utilizam o serviço da Fundaplub.

Entre as universidades parceiras do Pravaler, estão a Universidade Presbiteriana Mackenzie (SP). O Bradesco financia mensalidades de instituições de ensino como a Escola Superior de Propaganda e Marketing - ESPM (SP) e Instituto de Ensino e Pesquisa - Insper (SP). A Fundaplub é parceira da Faculdade de Engenharia Industrial - FEI (SP) e de unidades da Pontifícia Unidade Católica (PUC) em Campinas (SP) e no Rio Grande do Sul.

Enquanto no Fies a dívida começa a ser paga pelo aluno somente após o encerramento da graduação, no Pravaler e no Bradesco elas são pagas durante o curso e na Fundaplub, metade do valor é pago durante o curso e a outra metade após a saída da universidade.

No Pravaler e no Bradesco, o estudante tem 12 meses para quitar as parcelas correspondentes a cada semestre.

Por exemplo, se o crédito foi contratado em janeiro de 2015 e a mensalidade da faculdade é de 1.000 reais, o aluno paga 500 reais por mês nesse primeiro semestre e o banco paga os outros 500 reais.

Depois desse período, o crédito pode ser recontratado, desde que o estudante tenha pagado as parcelas em dia e passe por uma nova análise de crédito. Nesse caso, as parcelas do novo financiamento somente começarão a ser debitadas após o pagamento das seis parcelas restantes.

Usando o mesmo exemplo acima, se após seis meses o crédito não puder ser contratado novamente, seja porque o aluno atrasou alguma das parcelas ou ficou inadimplente, por exemplo, então deve pagar a cada mês 100% do valor das suas mensalidades, ou 1.000 reais, mais 500 reais ao mês do restante do financiamento acrescidos de juros, que correspondem ao pagamento da dívida com o banco.


Assim, se no primeiro semestre o aluno pagou apenas 50% da mensalidade, no segundo ele pagará 100% da mensalidade, mais 50% do valor, acrescido de juros. Ou seja, o equivalente a 150% da mensalidade, somados aos juros.

Caso o aluno opte por financiar o valor total do curso, após sair da faculdade ainda irá restar o dobro do tempo para quitar o valor total da dívida com as instituições.

Na Fundaplub o estudante paga metade do valor das mensalidades durante o curso e metade após o encerramento da graduação. Quem faz um curso durante quatro anos, por exemplo, passará mais quatro anos pagando metade do valor da mensalidade, mais os juros e eventuais encargos.

Em todas as instituições, a parcela máxima da mensalidade financiada é de 50%. Encargos e taxas são incluídos nos valores das parcelas.

Se o estudante tiver menos de 18 anos e não puder comprovar renda, o financiamento pode ser feito no nome de um fiador ou responsável legal, desde que atenda aos requisitos de análise de crédito de cada instituição.

Quem atrasa as parcelas dos financiamentos paga multa de 2% sobre o valor e juros de mora de 1% ao mês após trinta dias contados a partir do atraso. Se o aluno ficar inadimplente, tanto o fiador ou responsável como o aluno podem ficar com o nome sujo.

No Pravaler e na Fundaplub, o crédito é contratado pela internet. No PraValer, a documentação pode ser enviada de forma eletrônica. “O aluno apenas terá de assinar o contrato de financiamento na faculdade escolhida em conjunto com o fiador, se for o caso”.

Na Fundaplub, o estudante faz a inscrição na instituição de ensino escolhida pelo site, indica um fiador e faz o cadastro com o pedido de crédito. Caso tenha o financiamento aprovado, o estudante e fiador terão de assinar o contrato na instituição de ensino.

Diferenciais e limitações

Cada instituição pode oferecer benefícios ou ter restrições para quem opta pelo financiamento.

O Bradesco também financia a matrícula caso ela esteja incluída nos custos do semestre financiado. No entanto, o crédito não pode ser utilizado para pagar dependências.

No Pravaler, quem já está cursando a universidade e opta por iniciar o financiamento pode incluir até duas parcelas atrasadas ao obter o crédito no programa. Mesmo quem tem bolsa de estudos ou desconto na mensalidade pode financiar parte do valor restante. “Essa facilidade varia conforme a instituição de ensino”, diz o diretor executivo da Ideal Invest, Carlos Furlan.

Na Fundaplub, quem tem desconto ou bolsa não pode obter financiamento, mas é possível manter o crédito aprovado na instituição por até dois semestres caso o estudante precise trancar o curso e adiar a conclusão da graduação.

Modalidade de crédito exige cautela

Para Ione Amorim, economista do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), é necessário ter cuidado ao optar pelo financiamento estudantil . “É um endividamento precoce para estudantes de 17 anos que ainda estão começando a vida profissional e têm renda limitada”, diz.

A economista ressalta ainda que não há garantia do retorno do investimento. “Ter um diploma universitário não necessariamente irá se traduzir em um bom emprego”.

Portanto, Ione recomenda que a decisão de contratar o empréstimo ou não também seja baseada em índices de qualidade do curso e da instituição de ensino.

A possibilidade de não conseguir recontratar o crédito caso atrase as parcelas do financiamento também deve pesar na decisão. “Se não tiver planejamento e disciplina financeira, o estudante não terminar o curso e ainda ter uma dívida para pagar”.

Ione também lembra que despesas com materiais e livros também podem pesar no orçamento do aluno e devem ser consideradas nesse planejamento, além de gastos imprevistos. “É sempre indicado ter uma reserva financeira para custos extras. Se for necessário gerar uma nova dívida para quitar despesas, a possibilidade de descontrole financeiro é grande”.

Portanto, o financiamento estudantil deve ser considerado em último caso. Antes de optar pelo crédito, Ione recomenda que o aluno busque bolsas de estudo ou busque faculdades públicas. “Com um bom desempenho acadêmico, é possível obter bolsa parcial ou integral em universidades e programas governamentais, como o Prouni (Programa Universidade para Todos)”.

Mesmo que as taxas de juros cobradas no financiamento estudantil sejam menores do que as oferecidas em outras modalidades, como o crédito pessoal, Ione aponta que, como o financiamento dura, em média, quatro anos (tempo médio para conclusão de um curso no ensino superior), os juros cobrados, mesmo baixos, podem ter um peso considerável no valor final desembolsado.

Portanto, a economista orienta o aluno a fazer o cálculo sobre qual será o valor total que será pago pelo financiamento. “Ele deve verificar se não vale mais a pena adiar a matrícula e poupar o valor necessário sem pagar encargos e juros”.

Caso o estudande opte por tomar o crédito, o ideal é que ele busque manter a dívida pelo menor tempo possível e opte pela instituição que oferece a menor taxa.

Como os juros e condições de pagamentos variam de acordo com a estratégia de cada instituição de ensino, é recomendável comparar os financiamentos em mais de uma universidade.



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Fonte: Exame

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